Preventivo poderá detectar câncer de ovário e endométrio
O exame de Papanicolau, usado para diagnóstico precoce de câncer de colo do útero, pode detectar também o câncer de ovário e câncer de endométrio,
diz um novo estudo desenvolvido por pesquisadores americanos da
Universidade Johns Hopkins, do Instituto Ludwig e do centro Memorial
Sloan-Kattering, além de brasileiros do Icesp (Instituto do Câncer do
Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira). Os resultados foram
publicados dia 9 de janeiro na revista Science Translational Medicine.
Na primeira fase da
pesquisa, foram reunidas biópsias tumorais americanas e brasileiras. O
material foi submetido a um sequenciamento de DNA. Ao compará-lo com o
código genético de células normais, os cientistas identificaram 12 genes
cujas mutações indicam a incidência dos tumores.
Após essa análise, os
pesquisadores fizeram sequenciamento de DNA de células provenientes do
exame e obtiveram 100% de sucesso para o câncer de endométrio e 41% de
sucesso para o de ovário. Não houve resultado falso-positivo.
A nova técnica foi apelidada
de PapGene e não altera o procedimento pouco invasivo do Papanicolau;
apenas agrega a análise de genética molecular em células do ovário e do
corpo do útero que são levadas para a região onde o material é coletado.
Hoje, o Papanicolau só detecta o câncer do colo do útero, via análise
da aparência das células, e o vírus HPV, seu principal causador.
De acordo com os estudiosos,
a pesquisa mostra que é possível detectar alterações moleculares via
Papanicolau, possibilitando o diagnóstico precoce de outros tipos de
câncer, principalmente o de ovário, cujo diagnóstico é difícil e
geralmente tardio.
Exames indispensáveis que toda mulher precisa fazer
Visitar um ginecologista
pelo menos uma vez por ano deve fazer parte da rotina de toda mulher
depois da primeira menstruação. Segundo uma pesquisa do Centre for Research and Development da Uppsala University,
fazer exames regulares de Papanicolau pode salvar a vida de milhares de
mulheres com câncer de colo do útero. O estudo afirma que a taxa de
sobrevivência de mulheres que tiveram o câncer detectado pelo exame era
de 92%, enquanto que aquelas que foram diagnosticadas pelo sintoma
apresentavam uma taxa de sobrevivência de apenas 66%. O Minha Vida
reuniu especialistas no assunto para listar os cuidados e exames
essenciais de acordo com cada fase da vida feminina:
Em todas as idades
Há alguns exames de rotina
que devem marcar presença durante toda a vida da mulher: glicemia,
colesterol total e suas frações, triglicerídeos, creatina (avaliação da
função renal), TGO e TGP (avaliação da função hepática), hemograma e
exame de urina. "Com o início da puberdade, o sistema reprodutor
feminino pode sofrer algumas complicações, daí a importância do
acompanhamento anual com um ginecologista", explica a ginecologista
Maria Luisa Nazar, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.
Aos iniciar a vida sexual
"Indico a vacinação contra a
infecção por HPV, responsável pela transmissão do condiloma e da
maioria dos cânceres de colo do útero, e para Hepatite B", indica a
médica patologista Ana Letícia Daher, do Delboni Auriemo Medicina
Diagnóstica. Para a mulher que já teve a primeira relação sexual, o
exame de Papanicolau deve entrar na lista de exames rotineiros. A
ginecologista Maria Luisa também recomenda ultrassom pélvico
transvaginal e de mamas, colposcopia, vulvoscopia, captura hibrida e
exames de sangue. "Eles ajudam na prevenção de lesões no colo do útero,
miomas, cistos nos ovários, infecções, endometriose, entre outros
problemas", esclarece.
De acordo com a médica
patologista Ana Letícia, doenças relacionadas ao aparelho genital
feminino ainda são o foco nesta fase da vida. "Portanto, colpocitologia
oncótica, colposcopia e ultrassonografia devem ser mantidos na rotina",
afirma. O rastreamento do câncer de mama com exame clínico e mamografia
também pode ser necessário em mulheres com histórico na família. O
patologista Paulo Roberto orienta começar a fazer densitometria óssea,
exame que permite avaliar a presença de osteoporose. Além desses
cuidados, alguns profissionais recomendam uma atenção especial à
tireoide, glândula na região do pescoço que produz hormônios importantes
para a saúde feminina.
Aos 40 anos
"Os 40 anos são um marco,
pois nessa idade a mamografia passa a fazer parte do check-up feminino",
conta a ginecologista Maria Luisa. Também é importante acrescentar uma
avaliação cardiológica nessa fase, já que ocorrem alterações hormonais
que podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares.
Aos 50 anos
Com a chegada da menopausa,
as chances de osteoporose são maiores e a densitometria óssea torna-se
ainda mais importante. "O risco de a mulher após a menopausa apresentar
doenças relacionadas ao coração passa a ser de duas a três vezes maior",
afirma Ana Letícia. Nessa fase, as chances de câncer passam a ser
maiores. "Os cânceres de mama, cólon e colo uterino são os mais comuns",
conta o oncologista Charles Pádua. Ele recomenda continuar com
mamografia, Papanicolau e exames de sangue e ainda reforça a necessidade
de realizar colonoscopia.
Os exames são os mesmos, mas
precisam ser ainda mais frequentes. Cuidados com a osteoporose devem
ser intensificados, com a realização periódica da densitometria óssea.
"Além disso, a ida ao cardiologista para prevenção da hipertensão
arterial e doenças do coração deve ser uma regra", orienta a médica
patologista Ana Letícia. Os demais exames, como dosagem do colesterol,
glicemia, cálcio e hemograma também não podem deixar de ser realizados.
Fonte: Minha Vida
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