Depressão durante a gravidez
Esperar um bebê é
um momento especial na vida de toda mulher. Mas como as alterações de humor,
choros repentinos e sensibilidade à flor da pele são comuns nessa fase, é
difícil diagnosticar quadros de depressões durante a gravidez (conhecidas como
pré-parto). O primeiro sinal é o estado de espírito da gestante: se ao invés da
alegria, a tristeza e o desânimo fizerem parte da rotina da futura mamãe, algo
está errado. Acredita-se que depressão antes do nascimento atinja cerca de 10%
a 20% das grávidas.
Os principais sintomas nessa fase são: perda de apetite, redução da capacidade de concentração, insônia, crises de choro, cansaço e sensação de fracasso. Também não é incomum ocorrer a diminuição da libido, irritabilidade e pensamentos suicidas. Para Luiz Fernando Leite, obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP), as causas da depressão pré-parto são muitas e variam de acordo com cada mulher, mas destacam-se principalmente uma possível gestação indesejada, estresse, crises familiares, financeiras, baixa autoestima (preocupações com as modificações no corpo). Há também a predisposição genética e diversas transformações hormonais, psicológicas e até da rotina dessas mulheres. Porém, algumas grávidas desenvolvem esse tipo de depressão sem qualquer um desses fatores.
A saúde do bebê
Além do mal-estar, o tratamento para diminuir os sintomas da depressão pode ser prejudicial à saúde do bebê. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Archives of General Psychiatry, grávidas que usam antidepressivos aumentam as chances de o filho ter problemas no desenvolvimento cerebral. Foram analisadas, por meio de questionário e ultrassom, mais de 7 mil grávidas e concluiu-se que os bebês das mulheres que usavam antidepressivos eram os que tinham o crescimento craniano mais lento, apesar do corpo se desenvolver normalmente.
“Sabemos que o uso de antidepressivo durante a gestação deve ser criteriosamente avaliado. As pesquisas mostram o aumento de partos prematuros e até de cesáreas nessas mulheres. Atualmente, o dilema de usar ou não antidepressivos na gestação parece pender mais para a manutenção do medicamento”, explica o médico Sérgio Klepacz, psiquiatra do Hospital Samaritano (SP).
Outro estudo, publicado pelo periódico americano Epidemiology, comprovou que os antidepressivos ocasionam partos prematuros tardios (após a 34ª semana). Tal fato pode acarretar no nascimento de bebês abaixo do peso e outras complicações como pulmões pouco desenvolvidos. Sabe-se também que as alterações hormonais que afetam o humor podem interferir no equilíbrio químico da placenta, o que pode antecipar o momento do parto.
Como superar o problema?
Quanto mais cedo a depressão for identificada, mais rapidamente a futura mamãe voltará a aproveitar a fase da gestação. Em casos mais leves, a psicoterapia ajuda as mães a passarem por esse momento, melhorando a qualidade de vida e aumentando a autoconfiança. Além disso, o apoio do parceiro e da família nesse momento é fundamental. “As consultas de rotina de pré-natal com seu médico de confiança ajudarão a reforçar a relação médico-paciente, melhorando, assim, os transtornos causados pela depressão”, diz Leite.Em casos mais leves, a psicoterapia ajuda as mães a passarem por esse momento, melhorando a qualidade de vida e aumentando a autoconfiança.
Mais exercícios
Outro fator que contribui para a melhora dos sintomas da depressão é a atividade física. A recomendação dos especialistas é que se pratiquem exercícios durante toda a gestação. A estratégia ajuda a liberar endorfinas, melhorando as transmissões nervosas que amenizam a depressão, além de manter uma alimentação saudável. É muito importante tratar a doença logo no início para que a depressão não se prolongue até o nascimento do bebê. Isso poderia afetar o relacionamento entre mãe e filho.
Fonte: Viva Saúde
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