Começar a treinar após os 40 anos fortalece o coração.
Quem nunca
praticou exercícios sente vergonha de calçar o tênis pela primeira
vez e, muitas vezes, acaba deixando as atividades físicas de lado. Se você
pensava assim, acaba de ganhar mais uma razão para mudar de ideia
imediatamente: mesmo uma pessoa que faça o primeiro exercícios após os 40 anos
consegue diminuir o risco de doença cardiovascular. A conclusão saiu de uma
pesquisa realizada pela University
College London, na Inglaterra, e foi publicada na revista
científica Circulation.
O estudo contou
com a participação de mais de quatro mil pessoas, com idades entre 30 e 60
anos, que responderam a questionários sobre a quantidade de atividade física
praticada e fizeram exames para medir os níveis de agentes inflamatórios no
sangue. Segundo os pesquisadores, altas taxas desses marcadores inflamatórios
são associadas a um aumento nos riscos de doenças cardiovasculares.
Após dez anos de
estudo, os autores descobriram que os participantes acostumados à atividade
física moderada (duas horas e meia por semana) apresentaram índices menores de
marcadores inflamatórios quando comparados com aqueles que praticaram
exercícios por menos tempo ou que não fizeram nenhuma atividade. Os benefícios
foram notados em todos os grupos, inclusive na turma com mais de 40 ou 50 anos
de idade. Os resultados se mantiveram mesmo após levarem em consideração outros
fatores, como obesidade e o tabagismo.
De acordo com os
pesquisadores, esse é o primeiro estudo a mostrar que a atividade física reduz
os problemas cardíacos para quem começa a prática na meia-idade. Eles
acrescentam que não é preciso fazer exercícios pesados na academia, uma caminhada vigorosa
e até jardinagem já contam na hora de preencher a cota de duas horas e meia de
por semana. O estudo deu ênfase a indicadores gerais de problemas cardíacos, e
não a doenças do coração específicas.
Tem mais de 40 anos? Siga essas dicas para começar a fazer exercícios
Nessa fase, são
comuns doenças como hipertensão, diabetes,
colesterol
alto e até mesmo osteoporose.
Os exercícios físicos contribuem para melhorar o controle de doenças crônicas e
também para aumentar a disposição, que pode faltar de vez em quando. O ideal, antes
de começar, é procurar um médico (pode ser clínico geral ou cardiologista) e
falar sobre o seu interesse. "O especialista vai avaliar qual é o seu
nível de condicionamento físico e o esforço que pode ser feito sem nenhum risco
à saúde", afirma o fisiologista Raul Santo de Oliveira, da Unifesp.
Exames necessários
Muitos testes
são realizados e é com o resultado deles que o especialista avalia o seu
condicionamento físico. Glicemia, hemograma e níveis de colesterol estão entre
os exames mais pedidos pelo médico, que pode solicitar outros dependendo do seu
histórico pessoal ou familiar. A última etapa consiste no teste
ergoespirométrico, realizado em esteira ou bicicleta ergométrica, no qual a
carga do exercício será gradativamente aumentada. O objetivo do exame é
observar frequência cardíaca, pressão arterial e consumo de oxigênio durante o
esforço.
Atividades recomendadas pelos especialistas
Quem começa a
treinar na meia-idade deve experimentar vários tipos de exercício. Isso ajuda
não só a encontrar uma modalidade que seja prazerosa como trabalhar vários
tipos de habilidade (força, coordenação motora e agilidade física, por
exemplo). Pilates
e hidroginástica aparecem
como opções de quem sente algum receio diante da educação física.
Cuidado com as lesões
A saúde mais
frágil na meia-idade pode provocar algum medo, principalmente em se tratando de
lesões. A cautela é importante, mas lembre: se você fez todos os exames e
recebeu aval médico para fazer exercícios, basta seguir as orientações dele
para evitar lesões ou outros tipos de acidente. Além disso, preste atenção no
seu corpo, cuidando para reconhecer os limites e ir se superando aos poucos.
"Prestar atenção na carga do exercício, onde aparece dor após o treino e
fazer alongamentos são hábitos que contribuem para evitar lesões", afirma
o médico da Unifesp.
Fonte: Minha Vida
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