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Por que precisamos falar sobre vestuário?

Radio Advento | 5:00 AM |

Falar sobre vestuário é algo complicado. Muita gente (do sexo feminino principalmente) não gosta de ouvir falar sobre esse assunto pois diz de seu ponto fraco. Se você prega e defende a modéstia cristã, é facilmente chamada de legalista, extremista, fariseu, e outros adjetivos mais, geralmente pejorativos.
Certa vez, em um de meus estudos sobre o tema, me deparei com o seguinte texto:
“Os que buscam corrigir outras pessoas, deveriam apresentar os atrativos de Jesus. Deveriam falar de Seu amor e misericórdia, apresentar o Seu exemplo e sacrifício, revelar o Seu espírito, e não precisarão sequer tocar o tema do vestuário. Não há necessidade de fazer do assunto do vestuário o ponto principal de vossa religião. Algo mais valioso há de que falar. Falai de Cristo, e quando o coração estiver convertido, tudo que não está em harmonia com a Palavra de Deus cairá.” Evangelismo, p. 272.
Esse texto me fez repensar minha postura de abordar essa temática. Não deixei de lado a postura, nem mudei minha visão sobre a importância do tema. Mas, por algum tempo, decidi falar mais sobre a graça de Jesus, Seu amor, Seu sacrifício. Não queria de modo algum chamar a atenção da pessoa apenas para a reforma do vestuário, mas também para o fundamento dessa reforma, o Senhor dessa reforma, e a fonte de poder para essa reforma.
Isso faz pouco mais de um ano. De lá pra cá, tenho percebido e entendido um pouco melhor a necessidade que há de voltar a falar novamente sobre o tema de forma direta. Hoje, li novamente essa citação de Ellen White, e por isso decidi escrever sobre o assunto.
Por que, então, precisamos falar sobre vestuário?
Eu identifiquei, em minha experiência, 3 motivos. Podem existir mais, e se preciso for, escreveremos um segundo post para acrescentá-los.
Motivo 1. Porque o vestuário reflete o nosso caráter e fala sobre quem somos e a quem servimos. Se somos representantes de Cristo (cristãos) precisamos representá-lo adequadamente.
Se você fosse dono de uma empresa e desejasse passar uma imagem de responsabilidade, compromisso e qualidade para seus clientes, deixaria que seus funcionários trabalhassem de chinelo, camisa de propaganda eleitoral, e cabelo sem pentear? Se você tivesse uma escola, deixaria que a recepcionista atendesse pais e alunos com uma microsaia, um decote ousado e uma maquiagem forte? Se você tivesse uma clínica médica, deixaria que seus funcionários se vestissem de qualquer jeito,  suas enfermeiras atendessem de shortinho e blusa de alcinha? Creio que não, uma vez que você desejaria ter seu empreendimento bem representado. Por que empresas podem exigir de você que ande alinhada quanto ao seu vestuário, e Deus não pode exigir de você que ande alinhada também? Não é Ele uma autoridade infinitamente maior que o seu patrão?
“Cumpre não haver nenhum desleixo. Por amor de Cristo, cujas testemunhas somos, devemos apresentar exteriormente o melhor dos aspectos. No serviço do tabernáculo, Deus especificou cada detalhe no tocante ao vestuário dos que deviam oficiar perante Ele. Com isto nos ensinou que tem suas preferências também quanto à roupa dos que O servem. Prescrições minuciosas foram por Ele dadas em relação à roupa de Arão, por ser esta simbólica. Do mesmo modo as roupas dos seguidores de Cristo devem ser simbólicas, pois que lhes compete representar a Cristo em tudo. O nosso exterior deve caracterizar-se em todos os seus aspectos pelo asseio, modéstia e pureza. O que, porém, a Palavra de Deus não aprova são as mudanças no vestuário pelo mero amor da moda – a fim de nos conformarmos ao mundo. Os cristãos não devem enfeitar o corpo com trajes custosos e adornos preciosos.
As palavras das Escrituras Sagradas, referentes a vestuários, devem ser bem meditadas. Importa compreender o que seja agradável ao Senhor até em matéria de vestimentas. Todos os que sinceramente buscam a graça de Cristo, hão de atender a essas preciosas instruções da Palavra divinamente inspirada. O próprio feitio da roupa há de comprovar a veracidade do evangelho.” Evangelismo, p. 312
Motivo 2. Porque pessoas novas na fé entram na igreja e vêem pessoas “velhas” de igreja fora dos princípios de modéstia, e aprendem de forma errada como se vestem aqueles que iniciam uma nova vida em Cristo.
Isso é muito sério. Infelizmente, cada vez mais a moda tem tomado espaço entre as fileiras de nossas igrejas e com isso muitos novos conversos se sentem perdidos quanto ao que é certo e errado. Até que tenham estudado tudo, e lido tudo por si mesmos (coisa que muitos que estão há anos na Igreja nunca fizeram), a referência de conduta que terão será a dos membros que chegaram ali antes deles. Tenho ouvido, por onde passo, novos conversos desabafarem dizendo que às vezes têm a sensação de estarem errados, pois aceitaram uma mensagem que lhes ensinava sobre uma nova vida, mas essa nova vida parece não ser aceita e vivida por aqueles que eles encontraram dentro da igreja. Isso é muito triste.
“Um ponto sobre o qual cumpre instruir os que abraçam a fé é o vestuário – assunto que deve ser cuidadosamente considerado da parte dos recém-conversos. Revelam vaidade no tocante à roupa? Acariciam o orgulho de coração? A idolatria praticada em matéria de vestuário é enfermidade moral; não deve ser introduzida na nova vida. Na maioria dos casos a submissão às exigências do evangelho requer uma mudança decisiva em matéria de vestuário.” Evangelismo, p. 312
Se não fosse necessário ensinar ao povo sobre vestuário e modéstia, o apóstolo Paulo não precisaria ter escrito “Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos,” (1 Timóteo 2:9); nem o apóstolo Pedro que “O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos” (1 Pedro 3:3); nem o SENHOR precisaria ter ordenado que “Não haverá traje de homem na mulher, e nem vestirá o homem roupa de mulher; porque, qualquer que faz isto, abominação é ao Senhor teu Deus.” (Deuteronômio 22:5). Uma vez que aceitamos uma nova vida em Cristo, precisamos aprender sobre como é essa nova vida, e portanto precisamos ouvir e estudar sobre o assunto.
Motivo 3. Porque temos pregado a graça da forma errada.
A citação do Espírito de Profecia que me despertou para escrever esse post diz que devemos falar de Jesus, “falar de Seu amor e misericórdia, apresentar o Seu exemplo e sacrifício, revelar o Seu espírito” e não precisaremos sequer tocar o tema do vestuário. Infelizmente temos sido falhos em falar do amor, misericórdia, exemplo e sacrifício de Cristo. Não que não falemos que Jesus nos ama, que morreu por nós, e que Seu sacrifício perdoa nossos pecados. Isso fazemos bem. O problema é que não O apresentamos como exemplo (como o texto mesmo diz “apresentar o Seu exemplo”), e exemplo de vitória sobre os pecados que foram perdoados por Seu sacrifício. Apresentamos Jesus, convidamos as pessoas a uma nova vida com Ele, mas essa nova vida para a qual as convidamos em pouco se difere da vida que elas tinham antes de conhecê-Lo. Tratamos a vitória sobre o pecado e a reforma (fruto do reavivamento) como sendo utopia, e falamos sobre vestuário como sendo algo que “não tem nada a ver”, “não é ponto de salvação”. Enfim… apresentamos uma graça barata, que pouco muda a vida de quem a aceita, pois não põe diante do novo crente um Cristo Modelo, padrão de conduta a ser seguido!
“Todos os que estudam a vida de Cristo e praticam os Seus ensinos se hão de tornar semelhantes a Ele. Sua influência será idêntica à Sua, revelando santidade de caráter. Palmilhando a vereda humilde da obediência, pela submissão à vontade de Deus, exercerão uma influência que atestará o progresso de Sua obra e a saudável pureza da mesma. Nessas almas perfeitamente convertidas, o mundo terá um testemunho do poder santificador da verdade sobre o caráter humano.” Evangelismo, p. 313.
“Tal não é o caso na milícia cristã. Ninguém que se submete às condições ficará desapontado ao fim da carreira. Ninguém que seja fervoroso e perseverante deixará de alcançar sucesso. Não é dos ligeiros a carreira, nem dos valentes a peleja. O mais fraco dos santos, bem como o mais forte, podem alcançar a coroa de glória imortal. Podem vencer todos os que, pelo poder da divina graça, conduzem a vida em conformidade com a vontade de Cristo. A prática, nos pormenores da vida, dos princípios estabelecidos pela Palavra de Deus, é não raro olhada como coisa sem importância – assunto por demais trivial para que se lhe dê atenção. Mas considerando o que está em jogo, nada é pequeno quando ajuda ou estorva. Cada ato acrescenta seu peso na balança que determina a vitória ou fracasso na vida.” Atos dos Apóstolos, p. 313.
Do Senhor vem a vitória para uma vida semelhante à de Cristo. Contudo, temos apresentado às pessoas apenas o perdão e não a vitória. Por isso, nossa pregação sobre o sacrifício, amor e misericórdia de Cristo não são eficazes em desfazer a necessidade de se falar especificamente sobre reformas, como as do vestuário. Enquanto apresentamos uma graça barata, não oferecemos às pessoas uma graça que liberta, santifica e aperfeiçoa nossa vida, inclusive nossos guarda-roupas!
Por : Karyne Correia

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