Como a minha fé se torna real?

A fé salvadora – por meio da qual somos justificados e postos retos diante de Deus – é dom de Deus. E, sim, ela envolve um processo racional, uma vez que vem pelo ouvir a Palavra de Deus. “Certo”, pode dizer o cristão que se esforça. “Mas, falando em termos práticos, como a minha fé se torna real? Como eu adquiro aquela fé vibrante e forte da maturidade cristã?
É aí que entra a obediência. Pois uma fé madura – a fé que se aprofunda e cresce enquanto vivemos a vida cristã – não é apenas conhecimento, mas conhecimento expresso em fatos. Não é apenas crença, mas crença vivida, praticada. Tiago diz que devemos ser praticantes da Palavra, e não apenas ouvintes. Dietrich Bonhoeffer, o pastor alemão martirizado num campo de concentração nazista, declarou sucintamente este inter-relacionamento crucial: “Apenas o que crê é obediente; apenas o que obedece crê”.
Isto pode soar como uma proposição circular, mas muitas coisas o são – na verdade e na prática. Pense em como se aprende a nadar. Alguém nos diz o que devemos fazer, entramos cuidadosamente na água, iniciamos, e prontamente esquecemos o que nos foi dito. Batemos braços e pernas, chapinhamos freneticamente, ofegamos e afundamos. Finalmente, em geral, no momento de total desespero, capturamos a sensação de estar flutuando. Compreendendo que isto é possível, recordamos as instruções e começamos a segui-las. Elas funcionam. Igual a equilibrar uma bicicleta, ou dominar uma língua estrangeira, a fé é um estado de espírito que brota de nossas ações, enquanto as governa.
Assim, a obediência é a chave para a fé real.
(Extraído da obra Loving God, de Charles Colson.)
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