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O amor maduro é por qualquer pessoa

Cris Viana | 12:32 PM |


O que é o amor? É um sentimento? É algo dirigido somente a um pequeno grupo de pessoas, familiares, namorado(a), noivo(a)? É a paixão? Nascemos amando ou temos que aprender a amar? Não vamos entrar nas possíveis respostas destas perguntas todas, mas vamos pensar um pouquinho agora no conceito de amar.

A mente humana, de qualquer pessoa neste mundo, é composta de pensamentos, sentimentos e capacidade de escolher, de agir. Se pensarmos nestes componentes de nossa mente, podemos vislumbrar que amor não pode ser só sentimentos, porque sentimentos ou emoções são somente uma parte da mente.

Neurocientistas e neurofisiologistas estão descobrindo a importância das emoções para nossa saúde. Elas são mais importantes para o bom funcionamento da fisiologia em nosso organismo do que se pensava antigamente. Muitas respostas fisiológicas, ou seja, muitos sintomas físicos que uma pessoa apresenta, pode ter uma origem emocional importante. Alguém com forte tristeza pode, por exemplo, ter distúrbios digestivos e, assim, perder peso.
Amar depende, então, das três dimensões da mente: o que penso, o que sinto e o que faço. É comum jovens crerem sinceramente que já que sentem uma forte emoção por alguém, isto é prova de que amam a pessoa. Mas pode não ser amor, ou ser o começo dele, e que ainda não dê para dizer que haja amor maduro.

Adultos que amam só os “seus” também ainda não desenvolveram um amor maduro. Erich Fromm em “A Arte de Amar” fala da ideia do amor maduro não ser só por uma pessoa. Concordo. Se você ama seu marido, sua esposa, seus filhos, seus pais, outros parentes, seu(sua) namorado(a), seu(sua) noivo(a), e mais ninguém, isto ainda não é amor maduro. O amor maduro é por qualquer pessoa.
“Puxa!”, você dirá, talvez, “Quem consegue ter este tipo de amor maduro que ama todas as pessoas?”. Lembra que Jesus disse que Seus seguidores deveriam aprender a amar até seus inimigos? Talvez quando conseguimos chegar ao ponto de amar até os inimigos, desenvolvemos amor maduro. Que inimigos?

Inimigo pode ser a pessoa que machucou e ainda machuca você. Pode ser uma pessoa, familiar ou não, difícil de lidar. Há gente difícil de se relacionar, não é? São briguentos, ranzinzas, autoritários, mentirosos. Como amá-las? Tem você sido uma destas pessoas difíceis dos outros amarem? Não tem como lutar consigo mesmo para se tornar alguém amável (que facilita outros amarem você)?
Você pode dizer: “Ah! Ele (ela) não me aceita como eu sou!” Ora, mas se o jeito seu de ser é ruim, agressivo, desagradável, fica difícil aceitar, não é? Entretanto, o amor maduro amará as pessoas difíceis ou “inimigos”. Só que este “amar” alguém difícil não obrigatoriamente se evidenciará com predomínio de sentimentos agradáveis transmitido à pessoa complicada. Mas por atos bondosos, que são também uma forma de amar. Quando a gente não mais tem o amor sentimento por alguém, pelo menos é possível ainda tratar esta pessoa com cortesia, não é? E tratar alguém com cortesia é uma faceta do amor maduro.
Amor maduro é por qualquer pessoa, o que não significa que iremos manifestá-lo em palavras e atitudes de maneira exatamente igual para todos. Há níveis diferentes de intimidade afetiva.

Tratar bem os inimigos é como colocar fogo na mente deles, é dar chance a eles de pararem para pensar nas atitudes chatas que eles possuem e, assim, poderem mudar, se quiserem. Só se consegue tratar bem pessoas difíceis se fizermos o desligamento emocional com amor. E isto significa que você aprende a ser responsável para com a pessoa, mas não mais responsável pela pessoa.

Ao andar pela cidade, olhe as pessoas e pense: somos iguais, somos mortais, temos lutas pessoais, estamos vivos e enfrentando desafios, alguns mais outros menos difíceis, mas somos todos da raça humana, dependentes de Deus para ter vida. Não somos deuses. Olhe os outros com olhar de fraternidade. Elimine de sua mente a postura de superioridade e também a de inferioridade. Pense que a diferença entre você e a pessoa com quem cruza na calçada pode ser de cultura, poder econômico, visão da vida, religiosidade, mas todos somos carentes de amar e ser amados de maneira madura. Precisamos aprender a amar porque não sabemos isto naturalmente, e é um aprendizado que dura a vida toda.

Fonte: Dr. César Vasconcellos


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