Nos gostamos, mas somos diferentes

As diferenças nos casais são inevitáveis e surgem em diversas áreas. Podem ser culturais, de valores, de opiniões, de hábitos e assim por diante. É garantido que elas sempre existirão e superá-las é o grande desafio dos casais. 

 

Sem dúvida seria muito mais fácil um relacionamento com alguém que fosse parecido, não existiriam tantos conflitos e tantos desencontros. Porém seria como se relacionar com um espelho e nele veríamos somente o que já sabemos e já conhecemos. Com o passar do tempo ficaríamos entediados e empobrecidos emocionalmente. As diferenças, quando bem trabalhadas no casal, são enriquecedoras e mantêm a "roda girando", ou seja, o interesse de um pelo outro. 

 

As diferenças normalmente incomodam, pois elas nos fazem sair do lugar com o qual estamos habituados, aquele terreno seguro e minimamente controlado, nos convida a lidar com o desconhecido, e o novo sempre assusta, pois nos torna frágeis e vulneráveis. Mas que graça teria sempre sabermos o que vem pela frente? Pode ser bem mais interessante estarmos fortes e preparados para as novidades. 

 

Grande parte dos conflitos de um casal reside no fato de não aceitarem essa condição e ficarem, imatura e infantilmente, esperando que o outro aja e faça tudo conforme a sua necessidade quando agora, é a necessidade dos dois que entra em jogo. O centro do mundo não é mais o seu desejo e sim o bem estar da dupla. 

 

As pessoas, por mais que se amem, precisam praticar a tolerância e a conversa, para alcançarem acordos naqueles terrenos onde a divergência se apresenta intensa demais. Caso contrário, a relação corre o risco de se tornar insustentável a longo prazo. Aceitar o outro é uma condição implícita na escolha que se fez em estar junto com alguém. Não é uma tarefa trivial, afinal, tendemos a conduzir tudo da forma como já sabemos e conhecemos, mas a pessoa ao seu lado também terá a sua própria forma e, portanto, é fundamental encontrar um denominador comum. 

 

As diferenças, ainda que sejam muitas vezes difíceis de serem conciliadas, são vitais para uma relação. Elas são a garantia de que um "encontro" verdadeiro pode acontecer, um encontro que exige compromisso, maturidade, esforço e constante transformação.