O inconsciente como espaço e como um jeito de ser
O que motiva você a viver? O que o motiva a fazer o que faz na vida
como profissão? O que fez com que você escolhesse essa pessoa como seu
companheiro, sua companheira na vida? Por que às vezes você diz uma
palavra, sem querer, quando queria dizer outra?
O inconsciente é tanto um espaço virtual em nossa mente, quanto um estado da pessoa estar na realidade.
Nossa mente possui um (1)espaço consciente, outro que é (2)a
consciência e o (3)espaço inconsciente. Por exemplo: se eu lhe perguntar
o nome da rua onde você mora, surgirá em sua consciência o nome dela.
Esta informação estava aonde em sua mente antes de eu fazer a pergunta?
No consciente. Ela veio do consciente para a consciência.
Porém, se eu perguntar: o que ocorreu em suas emoções quando você tinha
quatro anos de idade no dia 26 de abril às 9 da manhã daquele dia? Puxa!
Como saber, não é? Mas esta informação está gravada, arquivada no seu
inconsciente. Ela não está disponível quando queremos, mas quando
podemos percebe-la.
Ao longo da vida dos primeiros anos, tudo o
que ocorre ao redor da criança, na família de origem, vai sendo
registrado nesse espaço mental chamado “inconsciente”. Serão armazenados
pensamentos, sentimentos, vivências, experiências, positivas e
negativas. Mas o armazenamento não é somente de informações. Não é como
um arquivo apenas com dados, como uma ficha ou prontuário médico. É um
arquivo vivo, pois tem carga afetiva ali, tem emoções.
E é
justamente deste inconsciente que procedem muitas de nossas motivações
que nos levam a fazer uma grande parte de coisas em nossa vida adulta.
Por exemplo, é muito comum dentro do casamento os cônjuges brigarem por
questões que tem sua raiz na infância de cada um, mesmo que o assunto
seja algo do presente, como por exemplo, um reclamar que o outro não dá
atenção como gostaria de receber. Na verdade, é difícil separar onde
termina o problema conjugal e onde começa o problema pessoal que cada um
traz para dentro do casamento e que veio do passado infantil. Isto se
mistura na vida familiar porque do inconsciente saem pedidos de amor
pelo que ou faltou na infância, ou teve muito e não quer perder e manter
a “mesma dosagem” dentro do casamento.
Por outro lado, nós não
somente temos um inconsciente, nós somos o inconsciente. Mais
inconsciente ou menos. Quanto mais uma pessoa nega ter problemas
comportamentais porque não admite seus erros, mais inconsciente ela está
de si mesma. Aquele que não sabe que não sabe, pensa que sabe.
No conceito de normalidade aceito pela sociedade em geral, a pessoa
normal vive no automático. Ou seja, ela não pensa muito sobre os motivos
de sua conduta, não mede muito as palavras, age muitas vezes por
impulso, diz o que pensa do jeito que quer, mesmo que esteja incomodando
alguém. Ela é muito inconsciente.
Por outro lado, a pessoa que
pensa muito, analisa bastante sua conduta, não é impulsiva, raciocina
antes de agir, não se deixa levar pelas emoções, mede as palavras, é
menos inconsciente. Mas mesmo assim há para essas, uma grande área
inconsciente sobre os próprios comportamentos e o motivo, dos outros.
O que é o normal: ser mais ou ser menos inconsciente? A resposta parece
que está no meio. Ser consciente demais, cansa, estressa, pode
massacrar sentimentos e isolar a pessoa. Ser inconsciente demais chateia
os outros porque a pessoa provavelmente será invasiva, “espaçosa”,
abusiva, porque não perceberá os limites nas relações humanas, terá a
tendência de negar ter problemas.
Saúde mental tem muito que
ver com sair do inconsciente para o consciente. Isto depende de pensar,
de procurar entender os motivos de suas ações, do por que queria fazer
uma coisa e fez outra, por que queria usar uma palavra e sai outra, por
que repete atitudes destrutivas. Para isto a pessoa precisa pensar e
pedir luz, estando aberta para ela, o que significa “mente aberta”. Daí a
Vida irá ensiná-la a tornar-se mais consciente. Mente aberta significa
abrir mão do controle, crer e esperar que a verdade que produz cura virá
quando e da maneira que o Criador achar melhor para lhe orientar e
curar.
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