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Ciúmes, quando é bom?

Cris Viana | 2:01 PM |


 

Há quem diga que ele é necessário, inevitável ou até que ele “tempera” as relações. Quando não existe, muitos sentem falta: “será desamor?”, questionam. Quando existe, pode ser leve, moderado, excessivo, doentio. Pode provocar brigas, gerar mal-entendidos e até separações. Gostando dele ou não, qualquer um de nós o conhece muito bem. Afinal de contas, que atire a primeira pedra quem nunca teve ciúme de alguém!

Sentir ciúmes, ou ter ao seu lado alguém ciumento, não necessariamente é um problema. Ciúmes nem sempre são destrutivos, arrebatadores ou incontroláveis. Nem sempre fazem as pessoas cometerem loucuras ou as tornam agressivas. Existe aquele ciúme ocasional, controlado, que não faz quem o sente arrancar os próprios cabelos e tampouco incomoda o parceiro, de tão sutil que é. Não é desse ciúme que pretendo tratar aqui, pois ele não chega a causar grandes transtornos. Este, aliás, é um excelente parâmetro para sabermos quando o sentimento ultrapassa a fronteira do aceitável e se torna excessivo. Se os ciúmes estão gerando problemas para a relação, é preciso parar e pensar sobre eles. Vou dar uma ajudinha nessa reflexão, com algumas ideias e sugestões. Vamos lá?

Ele(a) tem vida
Algumas pessoas parecem simplesmente não se conformar com isso. Em um casal, por mais que haja união e até a sensação de que dois são um só, isso não é verdade: dois são dois. Existem duas pessoas na relação, cada uma com sua própria história, suas próprias características e sua própria individualidade. É importante ter consciência disso e respeitar este fato. É extremamente saudável para cada um e para o casal que exista vida além do relacionamento. É necessário ter amigos, colegas, familiares, assim como ter momentos sem o companheiro.

Diga não às caraminholas!
Um dos maiores problemas dos ciúmes é que eles podem virar uma bola de neve e tomar proporções desmedidas. Começa com uma pequena e inofensiva implicância e, quando se vê, surgiu uma história elaborada, cheia de meandros e muita imaginação. Às vezes é algo simples como um sorriso que serve de estopim. Se alguém cisma que um sorriso de uma pessoa para seu/sua companheiro(a) teve algum significado “a mais”, logo qualquer outra coisa – um telefonema, uma troca de emails, um convite para um evento – podem ser lidos como “sinais”, que confirmam que “algo está acontecendo”. Tenha cuidado com esse tipo de caraminhola. Não invente sinais que não existem, não enxergue o mundo com os óculos dos ciúmes, pois tudo parecerá motivo para reforçá-los.


 Cadê a confiança?
Em uma relação, além de muitas outras coisas, são necessárias duas essenciais: confiança em si e confiança no outro. Confiança em si significa acreditar que você é importante o suficiente para seu/sua companheiro(a), a ponto de ele(a) ser honesto(a) e fiel a você. Esse tipo de confiança tem tudo a ver com a autoestima. Quando a pessoa se valoriza e acredita nela própria, dificilmente temerá ser trocada a qualquer momento por um rabo-de-saia (ou de calça!) qualquer. Além de confiar em si, é preciso, obviamente confiar no outro. Em qualquer relacionamento, é evidente que não temos como confirmar 100% do que o outro nos diz. Isso, no entanto, não pode nos tornar paranoides crônicos, motivo pelo qual precisamos confiar no outro. Não se trata, é claro, de uma confiança cega, mas baseada no que ele(a) faz. Se tudo indica que ele(a) está dizendo a verdade, por que desconfiar?

Converse com ele(a)
Em vez de ficar criando histórias fantásticas e imaginativas ou bancando o(a) detetive, o melhor mesmo é conversar com seu/sua companheiro(a) sobre os ciúmes que você está sentindo. Veja bem, conversar não é sinônimo de acusar, apontar o dedo, berrar, ameaçar... Conversar significa... Conversar! Troque o “você não me engana, eu sei que você tem outro(a)” pelo “acho que estou com dificuldades e preciso da sua ajuda”. Além de soar bem melhor, certamente terá um efeito mais saudável para a relação.

Converse com outras pessoas
Os ciúmes frequentemente fazem as pessoas perderem a noção do que é real e do que é fantasia da mente delas. Quando isso acontece, qualquer besteirinha pode ser considerada um grande indício de que o outro está realmente fazendo “algo errado”. Como esse discernimento muitas vezes é perdido, uma boa saída pode ser conversar com amigos(as) próximos(as) que conheçam você e seu/sua parceiro(a). Uma pessoa que está vendo a situação de fora, sem envolvimento direto, sem todas as emoções que o ciúme provoca, pode ser um bom parâmetro para que você perceba se tudo é criação da sua cabeça ou se algo realmente está acontecendo.

Fonte:  Mariana Santiago de Matos

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