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A liderança feminina no mercado de trabalho

Radio Advento | 11:00 AM |



Como estratégia de sobrevivência num terreno considerado masculino, muitas executivas acreditavam que tinham necessariamente que incorporar traços típicos do sexo oposto, como a agressividade e a objetividade. "As primeiras a ocupar o poder só dispunham desse modelo e, ao reproduzi-lo, eram chamadas de damas de ferro, pareciam homens de saia", observa a consultora Vera Vieira. "Aos poucos, porém, fomos encontrando um jeito de liderar que tem mais a ver conosco." Felizmente, esse modelo está caindo nas graças do mercado. "Já não precisamos mais agir como homens para que nossa competência seja reconhecida", assegura Carla Dalla Zanna, diretora de marketing de relacionamento.

Há um bom motivo para que nosso estilo seja valorizado e até incentivado atualmente pelos patrões. A globalização disseminou a incerteza no universo corporativo: o mercado vive um tempo de transformações e a sobrevivência de uma organização está ligada à capacidade de se adequar às mudanças. Com isso, surgiu a demanda por um líder que tenha flexibilidade e rapidez de adaptação. E esse perfil combina com a mulher: não fechamos o foco como os homens, somos hábeis em comandar numa situação caótica. Mais do que nunca, é preciso usar o potencial criativo para fazer frente às novidades.

Tom Peters, o guru americano da administração, foi um dos primeiros a puxar o coro: "Vão longe os tempos em que as mulheres tinham sucesso por jogar o jogo dos homens. Agora chegou a vez de os homens aprenderem o jogo feminino". Mas quais são as características desse jogo feminino? A receita vai muito além da propalada intuição ou sexto sentido. Um dos ingredientes mais importantes: enquanto os homens brigam pela autonomia, as mulheres se ligam nas conexões.

A naturalidade com que cultivamos os relacionamentos é um de nossos trunfos. Afinal, chefiar hoje em dia não se resume a dar ordens. Pelo contrário, uma das funções primordiais do líder é atuar como um facilitador do processo, ajudando a equipe a se desenvolver. Nesse sentido, conta muito a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, de darmos atenção a questões que nada têm a ver com o trabalho.

As mudanças no modelo das companhias também nos favoreceram. A hierarquia rígida, típica do comando masculino, está em baixa nas corporações. Pela cartilha atual, para chegar aos resultados desejados, as pessoas são incentivadas a buscar as informações onde elas estiverem disponíveis, sem se prender a níveis hierárquicos. A mulher se sente à vontade nesse contexto, mesmo em meios altamente competitivos e dominados por homens.

A valorização do estilo feminino de liderar não implica jogar para escanteio o modelo masculino. O ideal seria que em todos os níveis da empresa houvesse 50% de homens e 50% de mulheres. Esse equilíbrio é que torna o ambiente rico e proporciona o máximo de produtividade.

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