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Os jovens Suíços que afirmam acreditar em Deus são menos suscetíveis a fumar cigarros, usar drogas ou ingerir pílulas de ecstasy do que os homens Suíços da mesma idade que se descrevem como ateus. A crença [no Deus da Bíblia] é um fator protetor contra comportamentos viciantes. Essa foi a conclusão apurada após um estudo financiado pelo Swiss National Science Foundation. Karl Marx disse que a religião era o ópio do povo, mas os novos dados sugerem que a religião tem um papel na prevenção do consumo de substâncias. Uma equipe de pesquisa liderada por Gerhard Gmel (Lausanne University Hospital) demonstrou na revista Substance Use & Misuse que, na Suíça, menos homens religiosos consomem substâncias viciantes que os homens da mesma faixa etária que são agnósticos ou ateus.

Para o estudo em torno do uso de substâncias na Suíça, Gmel e seus colegas entrevistaram homens com quase 20 anos no centro de recrutamento militar em Lausanne, Windisch e Mels, entre agosto de 2010 e novembro de 2011. Os pesquisadores finalizaram a avaliação dos 5.387 questionários completados pelos jovens homens.

Com base nas repostas, os cientistas dividiram os homens em cinco grupos:

1. O “religioso”, que acredita em Deus e frequenta os cultos.
2. O “espiritual”, que acredita numa Força Superior, mas que não pratica qualquer tipo de religião.
3. O “incerto”, que não sabe o que acreditar em relação a Deus.
4. O “agnóstico”, que assume que ninguém pode saber se Deus existe ou não.
5. O “ateu”, que não acredita em Deus.

Os pesquisadores apuraram que esses grupos lidam de maneira diferente com as substâncias viciantes. Entre os 543 homens religiosos, 30% fumavam cigarros diariamente, 20% fumavam maconha mais do que uma vez por semana, e menos de 1% tinha consumido ecstasy ou cocaína no ano anterior.

Entre os 1.650 ateus, 51% fumavam cigarros, 36% fumavam maconha mais do que uma vez por semana, e 6% tinham consumido ecstasy ou cocaína no ano anterior.

Os três grupos restantes ficaram numa área intermediária no que diz respeito a sua devoção religiosa e ao seu consumo de substâncias viciantes.

Para Gmel, esses números indicam que as pesquisas em torno do comportamento viciante não se devem limitar ao estudo dos fatores de risco, mas também aos fatores protetores. Os resultados demonstram que a crença [em Deus] é um fator protetor quando se fala do consumo de substâncias viciantes.

O que ainda fica por se responder é se as diferenças registadas são o efeito dos seus valores morais ou do controle social existente nos ambientes onde vivem.

Sinceramente, quando penso que já havia visto de tudo, sou surpreendido por mais uma heresia “iurdiana”. Pois é, no blog de um dos pastores da Igreja Universal do Reino de Deus é possível encontrar um convite à oração pelos mortos (veja aqui). 496 anos depois da Reforma Protestante, uma igreja dita “evangélica” comete a aberração de interceder pelos defuntos.

Prezado amigo, infelizmente, essa equivocada doutrina católica está ganhando adeptos entre os evangélicos, que por desconhecerem as doutrinas fundamentais das Escrituras comportam-se de forma absolutamente antagônica ao ensino bíblico.

A prática de orar pelos defuntos teve início por volta do 5º século d.C., quando a igreja passou a dedicar um dia específico do ano para rezar pelos seus mortos. No entanto, o culto de finados somente seria instituído na França, no século X, através de um abade beneditino de nome Cluny. Um século depois, os papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigaram aos fiéis a dedicar um dia inteiro aos mortos. Já no século XIII, o dia de rezar pelos finados finalmente começou a ser celebrado em 2 de novembro. Essa data foi definida por ser um dia depois da comemoração da Festa de Todos os Santos, em que se celebrava a morte de todos os que faleceram em estado de graça e que por algum motivo não foram canonizados.

Caro leitor, a Bíblia é absolutamente clara ao afirmar que após a morte só nos resta o juízo. Ensina, também, que toda e qualquer decisão por Cristo só pode ser tomada em vida, o que, por conseguinte, nos leva a entender que não existe fundamento teológico para interceder a favor dos mortos.

Para os católicos romanos, a referência bíblica que fundamenta essa prática encontra-se em 2 Macabeus 12:44. Entretanto, nós protestantes, não reconhecemos a canonicidade desse livro, nem tampouco a legitimidade dessa doutrina, uma vez que o Protestantismo não se submete às tradições católicas e, sim, às doutrinas das Sagradas Escrituras.

Segundo a interpretação protestante, a Bíblia nos diz que a salvação de uma pessoa depende única e exclusivamente da sua fé na graça salvadora que há em Cristo Jesus, e que essa fé seja declarada durante sua vida na Terra (Hebreus 7:24-27; Atos 4:12; 1 João 1:7-10), e que, após a morte, a pessoa passa diretamente [sic] pelo juízo (Hebreus 9:27). Vivos e mortos não podem se comunicar de maneira alguma [Eclesiastes 9:5, 6].

Ora, do ponto de vista bíblico, é inaceitável acreditar que os mortos estejam no purgatório ou no limbo aguardando uma segunda oportunidade para a salvação. Em hipótese alguma, nós, como cristãos, devemos celebrar ou participar de culto aos mortos, antes, pelo contrário, fomos e somos chamados a anunciar aos vivos a vida que somente podemos experimentar em Cristo Jesus. Pense nisso!

Para a maioria dos estudantes que se inscreveram para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano, as provas começam às 13h, horário de Brasília. Mas para os de religiões que guardam o chamado “período sabático”, o horário é especial: a prova do próximo sábado (26) só poderá ser iniciada depois que o sol se pôr. O G1 conversou com o jovem Daniel Machado Pereira, de 18 anos, que presta o Enem pela terceira vez neste fim de semana. Ele contou que os sabatistas devem chegar aos locais de prova no mesmo horário dos demais candidatos, às 12h, e que em algumas salas os fiscais não permitem nem mesmo conversas. Também não é permitido levar a Bíblia. Para o estudante, a segurança durante o exame tem ficado cada vez mais rígida, mas que a espera não é nenhum sacrifício e não representa empecilho para um bom desempenho.

No Brasil, adventistas, judeus e batistas do sétimo dia são sabatistas. No momento da inscrição para o Enem, esses alunos devem especificar essa opção, que vem impressa no cartão de confirmação, para que fiquem isolados em salas especiais desde o momento que o exame começa em todo o Brasil até o início da noite. A espera é de aproximadamente seis horas. Além do sábado, a prova também acontece no domingo (27).

O pastor Paulo Falcão, que é administrador da Igreja Adventista do Sétimo  Dia, explicou que todo adventista deve reservar o período do pôr do sol da sexta-feira até o pôr do sol do sábado para as atividades ligadas à religião. Por esse motivo, os candidatos do Enem não podem estudar ou fazer a prova durante esse período.

O estudante Daniel quer tentar o vestibular para o curso de Audiovisual, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Ele, que é da Igreja Adventista do Sétimo Dia, também contou que mesmo que a prova comece mais tarde para os [sabatistas], se o candidato chegar depois das 13h, não pode fazer a prova.

“Ficam umas 30 pessoas por sala, em média. Não podemos levar nada para ler, nem mesmo a Bíblia, e os celulares e relógios devem ficar dentro de uma sacolinha desde o momento que chegamos, como em qualquer lugar. Dependendo do fiscal, a gente pode conversar entre si, mas alguns não deixam nem isso. No primeiro Enem que fiz, quando caía a noite, ainda era possível fazer um culto de passagem para a nova semana, antes do início da prova, mas no ano passado as normas mudaram e já não era mais possível fazer”, lembrou.

Uma maneira que Daniel encontrou para se preparar para a longa espera foi na prática de esportes. “No primeiro Enem que fiz, cheguei a ficar um pouco cansado, mas notei que, no ano seguinte, quando já estava praticando esportes, me senti muito mais disposto para aquentar esse ‘ teste de resistência”, brincou.

O estudante Álvaro Soldani Gondim de Freitas, de 16 anos, está no 2º ano do ensino médio e vai fazer a prova apenas como teste. Ele contou que o sábado do adventista é um dia voltado para Deus e que, ao contrário do que muitos pensam, é um período com muitas atividades. “O sétimo dia foi quando Deus descansou, então reservamos para pensar em coisas divinas. A lei de Deus é imutável, esse é um dia sagrado. Geralmente vamos para a escola sabatina, estudamos, fazemos obras que não são voltadas para nós mesmos”, disse.

Para a estudante Lara Leite Pereira, de 17 anos, é um privilégio poder guardar o sétimo dia. “Temos um dia de descaso que muita gente não tem, muita gente é obrigada a trabalhar. No dia do Enem, vamos ficar confinados, mas essa espera não vai matar ninguém”, falou.

A jovem Bárbara Stowner dos Santos, de 17 anos, está no 3º ano do ensino médio e vai fazer o Enem pela segunda vez. Como adventista do sétimo dia, ela explicou que já chegou a ouvir de muitas pessoas que eles “vivem de passado”. “Falam que seguimos o que está escrito no Antigo Testamento, e que isso tudo já mudou, mas uma passagem de Jesus na Bíblia diz que Ele não veio para mudar a lei e sim para cumpri-la”, disse.

Mesmo vivendo em um país essencialmente católico, os jovens contaram que não tiveram dúvidas em permanecer na religião em que nasceram. “Quando a gente escolheu ser adventista, já sabíamos de tudo o que iríamos passar. Jesus mesmo sofreu várias provações”, falou Álvaro.

Daniel ainda destacou que mesmo começando a prova mais tarde, os sabatistas não têm qualquer vantagem sobre os demais. “A honestidade dos adventistas, de acordo com os princípios escritos na Bíblia, sempre sobressai. Se o fiscal permitir que a gente converse, não vamos ficar falando dos assuntos da prova. Isso seria desonesto e até um pecado”, explicou.

A estudante Lara Pereira contou que na primeira vez que fez o exame nacional, em 2012, acabou dando um testemunho sobre sua religião a uma jovem que não era sabatista, mas que estava com o cartão de inscrição constando essa particularidade.

“Ela estava até revoltada com a espera que ela também teria que passar. A tia dela havia preenchido a inscrição errada. Resolvi usar esse tempo para passar meu testemunho para ela, expliquei o motivo de tudo de acordo com a minha igreja. No final, ela estava tão interessada que me disse que ia até procurar uma igreja adventista para saber um pouco mais, só não sei se ela fez isso mesmo”, falou.

O pastor Paulo Falcão explicou que a tradição que os adventistas e outras religiões sabatistas têm de guardar o sábado vem da própria Bíblia. “Na criação do mundo, após ter feito todas as coisas, Deus descansou nesse dia. O sábado foi feito para que o homem tivesse um tempo livre de todas as influências externas, e dedicasse ao descanso, realizando ações de auxílio ao próximo, e a meditação sobre o amor de Deus. Acreditamos e cumprimos os dez mandamentos e o 4º, localizado em Êxodo 20, diz: ‘Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.’ Mas não nos prendemos apenas ao Antigo Testamento da Bíblia, pois no evangelho de Lucas, por exemplo, lemos que o próprio Cristo tinha como costume ir à igreja aos sábados”, contou.

O pastor ainda frisou que está na Bíblia a explicação que sustenta a crença dos sabatistas de que após o pôr do sol de sábado já é domingo. “A Bíblia diz que o dia começa pela tarde. Em Gênesis 1, diz: ‘E Deus chamou à luz dia; e às trevas chamou noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro’”, explicou.

Sendo o Brasil um país de maioria católica, muitos não têm o costume de guardar o sábado. Mas o pastor esclareceu que a partir do momento que nossa Constituição garante liberdade religiosa, qualquer situação em que os sabatistas poderiam se sair prejudicados pode ser contornada. “As coisas foram mudando aos poucos. O Enem, por exemplo, oferece essa alternativa para as provas. Muitos concursos, vestibulares não são realizados aos sábados e sim aos domingos por conta disso. Mesmo as escolas e universidades fornecem meios alternativos aos sabatistas, a fim de suprir a ausência nas sextas à noite, quando já é sábado para nós. Na maioria das vezes, essa solução acontece através de uma boa conversa”, garantiu.


Declarações surpreendentes
“Será que o papa é católico?”, eis o sarcasmo que a maioria dos fiéis católicos nunca iria perguntar; pelo menos não seriamente. Mas com uma série de recentes pronunciamentos e decisões que atacam a tradição papal, o papa Francisco deixou muitos católicos se perguntando se a Igreja Católica irá sobreviver a este papado. Nos últimos dias, a mídia se ateve a uma declaração que parece sugerir que os descrentes (ou mesmo os não católicos, ou até ateístas) podem ganhar a salvação e ser admitidos no céu (confira), enquanto seu recém-nomeado secretário de Estado, a segunda posição mais importante no Vaticano, sugeriu que eles estão prontos para repensar o celibato e o clero, sugerindo que padres e freiras poderão ter permissão de se casar. Agora, o fiel católico se pergunta: “Será que a Igreja Católica irá sobreviver ao papado de Francisco?”

O choque com o pensamento tradicional católico começou quando o papa Francisco decidiu voltar ao avião e conceder uma entrevista aos repórteres no voo de volta do Brasil para casa, em sua primeira viagem internacional como papa. Em vez de dizer que o homossexualismo é um “mal moral intrínseco”, conforme disse seu predecessor Bento XVI, o papa Francisco respondeu à pergunta de um repórter: “Se alguém é gay e procura o Senhor de boa vontade, quem seu ou para julgar?”

Então, em 11 de setembro, em uma carta publicada na primeira página de um jornal de Roma, o La Repubblica, o papa Francisco respondeu à pergunta do fundador do jornal e editor de longa data, Eugenio Scalfari, de 89 anos, que perguntou se Deus iria perdoar uma pessoa sem fé por um pecado cometido. Sua resposta saiu nas manchetes de todo o mundo, concluindo que o papa abriu as portas para a salvação dos que não acreditam em Deus.

Escreveu o papa: “E assim chego às três perguntas que me coloca no artigo de 7 de agosto. Parece-me que, nas duas primeiras, aquilo que lhe está no coração é entender a atitude da Igreja com quem não partilha a fé em Jesus. Antes de mais nada, pergunta-me se o Deus dos cristãos perdoa a quem não acredita nem procura acreditar. Admitido como dado fundamental que a misericórdia de Deus não tem limites quando alguém se dirige a Ele com coração sincero e contrito, para quem não crê em Deus a questão está em obedecer à própria consciência: acontece o pecado, mesmo para aqueles que não têm fé, quando se vai contra a consciência. De fato, ouvir e obedecer a esta significa decidir-se diante do que é percebido como bem ou como mal; e é sobre essa decisão que se joga a bondade ou a maldade das nossas ações.”

Na mesma carta, o papa Francisco se dirigiu aos judeus, continuando um tema que o tornou famoso na Argentina desde o ataque a bomba a um centro judeu em Buenos Aires, em 1994, matando 85 pessoas e deixando centenas feridas. O papa destaca que o povo judeu é a “raiz” de onde germinou Jesus. “Na amizade que cultivei durante todos esses anos com os irmãos judeus, na Argentina, também eu muitas vezes questionei a Deus na oração, especialmente quando a mente se detinha na recordação da experiência terrível do Holocausto.” “O que posso lhe dizer – com palavras do apóstolo Paulo – é que nunca esmoreceu a fidelidade de Deus à aliança estabelecida com Israel e que, através das terríveis provações destes séculos, os judeus conservaram sua fé em Deus.”

Na ocasião do Rosh Hashaná (ano novo judaico), o papa desejou aos judeus um feliz ano novo e encorajou um diálogo aberto em questões de fé. Ainda assim, Giulio Meotti, um jornalista italiano, ao escrever um editorial ao Israeli National News, não ficou satisfeito. “Mas conforme mostra essa nova carta, um dos graves perigos no diálogo do Vaticano com o judaísmo é a tentativa da Igreja de dividir os judeus ‘bons’ e dóceis da Diáspora e os judeus ‘maus’ e arrogantes de Israel”, escreve Meotti. “O papa Francisco nunca se dirigiu aos israelenses nas suas mensagens, nem defendeu abertamente o Estado Judeu desde que foi eleito pelo Colégio dos Cardeais. Parece que não há espaço para os sionistas fiéis e obstinados no sorriso leniente do papa. Em seus discursos, as aspirações nacionais judaicas são ignoradas, e até mesmo denegridas.”

Meotti fez referência a uma carta que a Conferência de Bispos Católicos dos EUA distribuiu recentemente junto com a Universidade Católica da América, que condenava a expansão dos assentamentos israelenses. A carta argumentava que a expansão dos assentamentos é “uma fonte primária de violações dos direitos humanos dos palestinos”, sugerindo que os palestinos que vivem em Israel sofrem “uma ocupação militar prolongada” por judeus israelenses.

Enquanto o papa Bento XVI proibiu um diálogo aberto sobre se padres e freiras deveriam ter permissão de se casar, o papa Francisco, que notoriamente disse que o celibato clerical poderia mudar, pode estar prestes a colocar o assunto na pauta para um debate sério. Assim afirma Clelia Luro, uma mulher de 87 anos cujo romance e eventual casamento com um bispo se tornou um enorme escândalo na década de 60. Sua história não impediu o papa Francisco de ser seu amigo muito próximo, que lhe telefonava todos os domingos quando era cardeal chefe da Argentina, segundo reportagem da Fox News.

Aquela previsão pareceu estar se concretizando depois que o arcebispo italiano Pietro Parolin, núncio da Venezuela que foi recentemente indicado para ser secretário de Estado do papa, segundo no comando do vaticano, disse ao jornal venezuelano El Universal que o celibato do clero não é um dogma.

Traduzindo para fora da terminologia formal da Igreja Católica, com esse pronunciamento, o arcebispo Parolin está sinalizando que o celibato para o clero não é um artigo obrigatório para a fé na qual todos os católicos praticantes devem acreditar, mas uma prática ou tradição que deveria ser aberta ao debate.

(Jerome R. Corsi, traduzido por Luis Gustavo Gentil do original do WND; trechos da carta do papa Francisco ao jornal italiano retirados de News.va; via Julio Severo)
Em comentários feitos para melhorar sua reputação de progressista, o papa Francisco escreveu uma longa carta aberta para o fundador do jornal La Repubblica, Eugenio Scalfari, afirmando que os não crentes seriam perdoados por Deus, se seguissem suas consciências. Respondendo a uma lista de perguntas publicadas no jornal do deputado Scalfari, que não é católico romano, Francisco escreveu: “Você me pergunta se o Deus dos cristãos perdoa aqueles que não acreditam e que não buscam a fé. Gostaria de começar por dizer - e isso é o fundamental - que a misericórdia de Deus não tem limites, se você for a Ele com um coração sincero e contrito. O problema para aqueles que não acreditam em Deus é obedecer a sua consciência. O pecado, mesmo para aqueles que não têm fé, existe quando as pessoas desobedecem a sua consciência.”

Robert Mickens, o correspondente do Vaticano para o jornal católico The Tablet, disse que os comentários do pontífice foram mais uma prova de suas tentativas de sacudir o mofo da imagem da Igreja Católica, reforçada por seu antecessor extremamente conservador Bento XVI. “Francisco ainda é um conservador”, disse Mickens. “Mas tudo isso é a tentativa dele de ter um diálogo mais significativo com o mundo.”

Em resposta à carta de boas-vindas, o Sr. Scalfari disse que os comentários do papa foram “mais uma prova de sua capacidade e vontade de superar os obstáculos no diálogo com todos”.

Em julho, Francisco sinalizou uma atitude mais progressista sobre a sexualidade, perguntando: “Se alguém é gay e está olhando para o Senhor, quem sou eu para julgá-lo.”


Nota:(Jornalista Michelson Borges) Que o papa queira recuperar a imagem da Igreja Católica e estreitar os laços com o mundo, está no direito dele. O que ele não pode fazer (nem mesmo ele) é passar por cima das Escrituras e dizer o que elas não dizem. Basta um texto do Novo Testamento para deixar as coisas claras: "Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu único Filho, para que todo aquele que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16). Evidentemente que Deus vai julgar cada pessoa pela luz que ela possuía (Romanos 2:12, 13) e que a graça e a justiça de Deus nos são incompreensíveis. Só Ele vê o que está no coração. Certamente teremos surpresas no Céu (e uma delas é estarmos lá!). Mas não podemos ignorar o falto de que Deus Se revela de muitas maneiras (Romanos 1:19, 20; Hebreus 1:1, 2) a fim de que os que O rejeitam não usem a alegada falta de evidências como desculpa. Sugerir que a consciência nos sirva de guia e de critério para a salvação também não ajuda muito, uma vez que a consciência por si só não é um guia seguro. O funcionamento dela depende de uma série de fatores, entre os quais nossa formação. E se minha consciência estiver de tal forma cauterizada pelo pecado que a prática da maldade se torne corriqueira para mim? Ela ainda será um guia seguro? Não podemos nos esquecer de que a "matriz" da natureza humana foi manchada pelo pecado. Somente Deus pode implantar em nós o desejo de fazer o que é certo pelos motivos certos. Somente Ele pode santificar nossa consciência para que, aí sim, ela nos sirva de guia, orientada pela Palavra dEle. Não podemos "passar a mão" na cabeça dos ateus e dizer que está tudo bem. Precisamos, sim, dizer que Deus os ama de qualquer forma, mas que quer levá-los à maior descoberta da vida deles: a descoberta de que Ele existe e quer conceder-lhes a vida eterna. Outro pensamento que me ocorreu ao ler a notícia acima foi este: durante anos a Inquisição puniu cristãos que não concordavam com os dogmas católicos. Eram pessoas sinceras que criam no mesmo Deus do papa, mas acabaram na prisão ou na fogueira por crer de forma diferente. Agora o papa releva a atitude daqueles que não creem. Realmente são outros tempos... 

A Sociedade Bíblica Americana e o Instituto de Pesquisas Barna divulgaram no início deste mês como a maioria das pessoas vê a Bíblia. Embora os dados sejam referentes somente aos americanos, o estudo serve como um alerta global para as nações de maioria cristã. Entre os entrevistados, 66% concordaram que “a Bíblia ensina tudo o que uma pessoa precisa saber para viver uma vida significativa”, mesmo assim, 57% dizem que a leem menos de cinco vezes por ano. E o mais revelador: 58% dos cristãos dizem que não querem seguir todos os “conselhos” da Bíblia. “Há uma diferença entre acreditar em algo que é benéfico e abrir seu coração, mente e vida para deixar que isso entre”, explica Geof Morin, diretor de comunicação da Sociedade Bíblica Americana. Ele acredita que algumas pessoas “veem a Bíblia como um medicamento”, ou seja, apelam para ela somente quando estão com problemas. Contudo, Morin ressalta que existem motivos para comemorar. Sessenta e um por cento dos adultos gostaria de ler mais a Bíblia. Sua organização está tentando descobrir como facilitar isso.

A Sociedade Bíblica Americana explica que seu maior objetivo é “levar a Palavra de Deus para onde a Bíblia mais carece ser conhecida”, por isso imprime e distribui exemplares em diversas línguas e manda para outros países. Ao mesmo tempo, pretende “convidar milhões de pessoas que estão dentro das igrejas a renovar seu compromisso com a Palavra de Deus”. Junto com o envio de Bíblias no exterior e usando as escrituras para trazer alívio, este objetivo de transformar a cultura constitui declaração da missão da organização.

Ele explica ainda que a grande aposta é como facilitar o acesso digital às Escrituras, seja na tela do computador, do smartphone ou do tablet. Outro levantamento recente mostra que 40% dos americanos leem mais as versões digitais da Bíblia que as impressas. Por isso, a Sociedade Bíblica está se dedicando a criar aplicativos e usar as redes sociais como uma forma de manter o texto sagrado relevante para a nova geração.

Embora 88% dos lares possuam mais de um exemplar da Bíblia, em apenas 13% ela é lida diariamente. Somente 43% das pessoas dizem que ler a Bíblia as faz sentir “mais perto de Deus”; 34% dizem que isso as faz “sentir em paz”. O livro de Salmos (16%) é apontado como a leitura predileta.

Mesmo assim, uma comparação com levantamentos similares feitos nos dois últimos anos, mostra que existem motivos para preocupação. Um quinto (21%) da população acredita que a Bíblia é a Palavra de Deus e a leem pelo menos quatro vezes por semana. Um número crescente (10% em 2011, 17% este ano) acredita que a Bíblia é “apenas mais um livro de ensinamentos escritos por homens”. Por outro lado, há aqueles que dizem que a Bíblia tem alguma verdade, mas raramente a leem (26% em 2012, 23% este ano).

Sessenta por cento dos entrevistados dizem estar familiarizados com os relatos bíblicos, enquanto 6% dizem não saber “quase nada” sobre seus ensinamentos. Entre os evangélicos, 12% dizem sentir-se “confusos” quando a leem, enquanto 23% dos católicos dizem não entender o que leem.

Em uma época em que o casamento homossexual e o aborto tornaram-se questões amplamente identificadas com a política, apenas 17% dos cristãos adultos dizem “estar interessados nos ensinamentos da Bíblia sobre esses assuntos”. Apenas 31% dizem que isso influencia suas escolhas na hora de votar.

Curiosamente, 77% das pessoas dizem que a moralidade no país está decaindo. Trinta por cento dos entrevistados dizem que a mídia (TVs, jornais, filmes, livros) é a maior responsável por isso. Mais da metade (56%) acreditam que a Bíblia tem pouca influência na sociedade atual, e apenas 13% acreditam que essa influência é “demasiada”. O porta-voz da Sociedade Bíblica afirma: “O que talvez muitas pessoas deixam de reconhecer é que a maneira mais fácil de a Bíblia influenciar a sociedade é primeiramente deixar que suas palavras influenciem nossas próprias decisões.”

“Se mais pessoas lerem a Bíblia de forma consistente e usá-la como um roteiro para suas vidas, acho que o mundo seria um pouco mais brilhante”, disse o porta-voz.

Papa pede união de todas as religiões em defesa da pazPapa pede união de todas as religiões em defesa da paz
Neste domingo (1), o Papa Francisco fez uma convocação inesperada. Dirigindo-se a milhares de pessoas na Praça de São Pedro, ele fez um longo e apaixonado apelo pela paz na Síria e em todo o Oriente Médio.
“Há um julgamento de Deus e um julgamento da História diante de nossas ações, de que não podemos escapar!”, ressaltou. Enquanto condenava o uso de armas químicas por parte do governo sírio, acrescentou: “Guerra, nunca mais”.
“O uso da violência não traz a paz. A guerra chama a guerra. A violência chama a violência”, ressaltou Francisco, dizendo-se “muito ferido”, não só “pelo que está acontecendo na Síria”, mas também pelos “dramáticos acontecimentos que se projetam”. Uma menção indireta a perspectiva do início de uma guerra ventilada pelos presidentes Barack Obama e François Hollande, que pode ocorrer ainda este mês.
Por causa disso, o papa pediu que os 1,2 bilhão de católicos romanos de todo o mundo façam um dia de oração e jejum pela paz na Síria no próximo sábado (7). De maneira surpreendente, pediu que as pessoas de todas as religiões se juntassem à iniciativa. Deixou o convite aberto à todas as “pessoas de boa vontade”, mesmo aquelas que não têm religião.
Em 1964, durante a guerra do Vietnã, o Paulo VI em um discurso na ONU pediu orações pelo fim das guerras e pela paz mundial. O falecido Papa João  Paulo II, fez um apelo após os atentados contra as Torres do World Trade Center, no dia 11 de setembro de 2001. Um discurso similar veio em 2003, tentando evitar a guerra no Iraque quando um ataque dos Estados Unidos e forças da ONU pareciam inevitável.
Segundo o vaticanista Luigi Accattoli, jejum e orações são parte dos preceitos do judaísmo e do islamismo, por isso não seria difícil para os seguidores dessas religiões entenderem o apelo do papa.
Durante o pontificado de Bento 16, o Vaticano aceitou se juntar com judeus, muçulmanos e líderes de outras religiões para impedir a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Diferentemente de outros papas ao longo da história, que sequer reconheciam a validade de outras religiões, Francisco diz contar com elas. “A Igreja Católica é consciente da importância da amizade e do respeito entre os homens e mulheres das diferentes tradições religiosas… Desejo assegurar minha firme vontade de prosseguir com o diálogo ecumênico”, disse ele na primeira semana de seu pontificado.
Em maio, novamente fez um discurso que incluía todas as religiões e inclusive os ateus: “O Senhor redimiu todos nós, todos nós, com o Sangue de Cristo: todos nós, não apenas os católicos. Todo mundo!”, disse ele.
A convocação para a união de membros de todas as religiões seria mais um passo na busca pelo bem comum. O Vaticano já anunciou que Francisco deseja se reunir com os líderes das principais religiões do mundo para discutirem um esforço conjunto pela paz e harmonia mundial. Com informações de Charisma News, Radio Vaticana e Vatican Insi
O papa emérito Bento 16 afirmou que foi Deus quem lhe disse para renunciar a seu pontificado, informou a agência católica Zenit. Durante uma das poucas visitas privadas concedidas após a renúncia, Bento 16, ao ser perguntado por um dos presentes pelas razões de sua decisão, respondeu: “Deus me disse.” O papa emérito explicou que não se tratou “de nenhum tipo de aparição ou nenhum fenômeno desse tipo, mas foi uma experiência mística” na qual o Senhor fez crescer em seu coração “um desejo absoluto de permanecer a sós com Ele, recolhido na oração”. Além disso, Bento 16 comentou que à medida que observa o carisma do papa Francisco, se dá mais conta de que sua escolha de renunciar ao pontificado foi “a vontade de Deus”.

Durante esses encontros, acrescenta o artigo da Zenit, o papa emérito “não comenta e não revela segredos, não concede declarações que poderiam pesar como as palavras ditas pelo outro papa, mas mantém a discrição que sempre o caracterizou”.

Bento XVI finalizou dizendo que “observa satisfeito as maravilhas que o Espírito Santo está fazendo com seu sucessor, e como sua decisão de renunciar foi uma inspiração recebida dEle”.


Nota: Ordem divina ou não, uma coisa é certa: a entronização de Francisco atendeu perfeitamente bem aos interesses do Vaticano no sentido de recuperar a imagem arranhada da Igreja, até então perturbada pelos vários casos de pedofilia e os processos deles decorrentes e pelos escândalos financeiros do Banco do Vaticano. O intelectual inflexível e pouco carismático Ratzinger jamais conseguiria tocar as emoções das massas como tem feito o Carismático e midiático jesuíta com pinta de franciscano. A história talvez revele os verdadeiros motivos da renúncia de Bento 16, mas uma coisa não se pode negar: deu muito certo.
Na exortação apostólica Evangelii Nuntiandi, escrita pelo papa Paulo VI, em 1975, e direcionada ao episcopado, ao clero e aos fieis de toda a Igreja, há uma chamada à reação: “Façam chegar ao homem a mensagem cristã por todos os meios que estejam ao seu alcance.” Escrita um ano após a Renovação Católica Carismática (RCC) ter passado por mudanças estruturais e de nomenclatura (os carismáticos eram conhecidos como “católicos pentecostais”), a Evangelii Nuntiandi surge em reação a uma crise institucional que começava a se fazer sentir na Igreja. No documento, os meios de comunicação e a religiosidade popular são citados como elementos a serem trabalhados, em uma estratégia de difusão do catolicismo em áreas de domínio protestante, ortodoxo, islâmico e, ao mesmo tempo, de consolidação das áreas de influência do Vaticano, a exemplo da América Latina, regiões dispersas na África e na Ásia, nas Filipinas.

Evangelii Nuntiandi surge em decorrência do Concílio Vaticano II (1962-1965), em uma reafirmação da necessidade de uma liturgia mais participativa e da ampliação do diálogo ecumênico. Com a exortação apostólica, o papa Paulo VI também chama a atenção para a responsabilidade do trabalho evangelístico-missionário. Três anos depois, a eleição de Karol Wojtyla deu início a uma nova fase na história da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR). Pela primeira vez, em 460 anos, um papa não italiano assumia o domínio mundial da ICAR. Uma vez no Poder, Wojtyla passou a colocar em prática aspetos do Vaticano II e da Evangelii Nuntiandi. Por trás de sua eleição também havia uma manobra política e estratégica: é estabelecido um contrapeso ao domínio exercido pela União Soviética na Europa Oriental e da influência desta em alguns setores da Igreja, que, na América Latina, deu origem à Teologia da Libertação (TL). O ateísmo soviético e o temor de que a Igreja Ortodoxa encontrasse espaço no regime para expandir seu domínio, pesou na escolha do polonês Karol Wojtyla.

Posteriormente, com a dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), João Paulo II abriu caminho para a implantação de novas dioceses em territórios de maioria ortodoxa, levando a uma reprimenda por parte do Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa Russa (IOR). Em um comunicado publicado em julho de 2002, a IOR comentou a decisão do papa João Paulo II, de criar a diocese de Odessa e Simferopol, para cobertura da região sul da Ucrânia. “A Igreja Ortodoxa Russa, respeitando a necessidade dos católicos ucranianos de acompanhamento pelos seus pastores, não se manifestou contra a criação de dioceses por Roma em regiões por eles historicamente habitadas. Porém, as cátedras episcopais recentemente criadas surgem em regiões onde o número de católicos é bastante insignificante [...] Isso são provas da intenção firme do Vaticano de seguir a política de expansão missionária, inaceitável para os ortodoxos.”

O desdobramento da eleição de Wojtyla serve-nos de exemplo de como o Vaticano se articula no sentido de ampliar sua presença (e influência) em locais estratégicos. Há uma orientação política que passa pela escolha de um novo pontífice, até a beatificação e canonização de “santos”. Cada passo da Igreja é cuidadosamente estudado e tem como base dados estatísticos, influências ou adversidades locais que podem colocar em risco seus interesses. Se a eleição de Wojtyla serviu como uma espécie de contenção da URSS e da influência ortodoxa na Europa Oriental, a escolha do atual papa Francisco também foi baseada em interesses locais, estratégicos. Com a diminuição de católicos na Europa e Estados Unidos, e, mesmo com o crescimento da igreja evangélica na América do Sul (como no Brasil), a Santa Sé optou por fortalecer sua zona de influência na América Latina, a partir de um papa conservador em alguns aspectos, mas liberal em outros, como na defesa de um ministério simples, sem luxúria, na ampliação do diálogo ecumênico e na abertura da Igreja para os pobres e sofredores.

A vinda do papa Francisco ao Brasil (a primeira viagem internacional do novo pontífice) também ocorre com base em uma estratégia romana de fortalecimento de sua área de influência na América Latina, para usá-la como ponta de lança para a remodelação mundial da Igreja. O crescimento do movimento evangélico brasileiro é um dos motivos, mas não o único. A porção latina do continente americano ainda é a parte mais dinâmica do mundo para o Catolicismo Romano, respondendo por 40% do número total de católicos existentes no mundo, contra os 10% de protestantes (2/3 dos quais de orientação pentecostal). A origem latina de Francisco e sua primeira viagem ao Brasil passam uma clara mensagem de que a Igreja pretende se consolidar na região, com o intuito de lançar um projeto de fortalecimento global, universal. De forma semelhante, João Paulo II iniciou sua caminhada internacional a partir da República Dominicana e do México, em um período em que a TL surgia como uma ameaça à influência da Igreja, tendo Leonardo Boff com um dos expoentes – João Paulo II considerava a TL uma aliada do comunismo, segundo destacou a agência de notícias Reuters, em 2005.

Foi a partir do papa João Paulo II, pois, que a Igreja colocou em prática cinco principais estratégias com o objetivo de se fortalecer e conter o crescimento de outros grupos religiosos considerados (internamente) ameaças a sua hegemonia, as quais são: fortalecer a presença da ICAR entre os jovens, levando, assim, ao despertamento de novas lideranças eclesiásticas; fortalecer e ampliar o ecumenismo com o intuito de absorção do protestantismo; fortalecer e ampliar a presença da ICAR em meios de comunicação de massa; beatificar e canonizar novos santos como representantes identificadores de seus países; e desenvolver uma linguagem semelhante à usada por igrejas evangélicas, tornando sua mensagem (e liturgia) mais atraente e participativa. Com o papa Francisco, as estratégias da ICAR alcançam novos patamares de conquistas.

Jornada Mundial da Juventude

Organizada em 1984, pelo papa João Paulo II, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) foi criada com vistas a envolver a juventude nas atividades da Igreja, uma vez que esta possuía um aspecto arcaico, ultrapassado, resumido a um grupo de fieis da terceira idade. Atualmente, com o déficit de padres no Brasil e no mundo, a JMJ também funciona como um chamariz para a atração de novos seminaristas. O interesse pela América Latina também é uma constante na JMJ, uma vez que a segunda edição foi realizada em Buenos Aires, Argentina, três anos depois de seu lançamento, em Roma.

Ecumenismo

Começando pelo papa João XXIII que, em 1961, convocou o Concílio Vaticano II, o Ecumenismo passou a ser uma ambição e estratégia da Santa Sé, que teve maior repercussão com João Paulo II, Bento XVI e, hoje, com Francisco. A canonização de João XXIII e João Paulo II revela o interesse da Igreja de absorção do protestantismo e de outros grupos católicos cismáticos a partir do ecumenismo. No Brasil, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CNIC), fundado em 1984, em Porto Alegre, e que é composto pela Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, Episcopal Anglicana e Metodista, representa parte do esforço da ICAR na absorção, ou, pelo menos, no tornar os protestantes simpáticos à Igreja Católica.

Meios de comunicação

A exortação apostólica Evangelii Nuntiandi foi um marco no sentido de que expôs o interesse da Cúria Romana no engajamento da liderança nos meios de comunicação. Embora ainda não usados pelas igrejas neopentecostais brasileiras, os meios de comunicação passariam a ser uma de suas principais bases de atração de novos fieis, tendo a Igreja Universal do Reino de Deus e Internacional da Graça de Deus como as primeiras a recorrer aos recursos audiovisuais. É somente a partir da década de 1980 que a ICAR também passaria a investir nos recursos, começando pela Canção Nova. Em 1994 é fundada a Rede Católica de Rádio (RCR), uma associação de emissoras vinculadas a organismos da Igreja. Atualmente a ICAR conta com 97 rádios, três geradoras e 13 tevês.

Canonização

Não somente a escolha de novos pontífices, mas também a beatificação e a canonização de santos segue uma orientação política. O vaticanista Ettore Masina exemplifica: “Quando o papa vai visitar um país onde nunca esteve, ou que ainda não tem um santo, a congregação agiliza o processo de um nome local”. Um dos casos mais escandalosos foi a “canonização extremamente rápida do fundador do Opus Dei, José Maria Escrivá de Balaquer, que morreu em 1975, foi beatificado em 1991 e canonizado onze anos depois, por João Paulo II”, lembra Ettore. O aumento do número de beatificações e canonizações feitas a partir de 1978 também é motivo de críticas – em apenas 26 anos de pontificado, João Paulo II beatificou 1.345 religiosos e reconheceu 483 santos, contra os 296 santos e 808 beatos levados à condição nos últimos 390 anos, a contar de 1588 quando foi criada a Congregação da Causa dos Santos (CCS), antes chamada de Ritos, e que é responsável pelo processo de identificação e reconhecimento.

Linguagem

Apoiada na Renovação Católica Carismática, a ICAR passou a utilizar uma linguagem mais próxima à utilizada por igrejas evangélicas, dando ênfase a orações, a evangelismos, ao Evangelho. A vinda do papa Francisco ao Brasil é apresentada como uma viagem “missionária”, um meio pelo o qual a Igreja se propõe a alcançar antigos e novos seguidores, fortalecer fracos e oprimidos. A liturgia também deve seguir a mesma orientação, ou seja, participativa, despojada, envolvente, alegre. A juventude é um dos principais alvos da nova campanha católica, além de tornar a absorção do protestantismo mais eficiente e rápida, via assimilação. A adaptação religiosa é um processo irreversível, mesmo que mantida a característica original da Igreja Católica.

(Johnny Bernardo, Napec)
Via Criacionismo
A segurança do papa Francisco, um chefe de Estado de risco, está preparada para identificar no meio da multidão o rosto do atentado: a face pálida, a atitude tensa, o traje em desacordo com o clima, um olhar fixo. O “lobo solitário”, como é definido nos cenários dos especialistas um autor de uma eventual ação violenta contra o pontífice, é a maior preocupação do grandioso esquema de segurança da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), a ser realizada no Rio, entre os dias 23 e 28 de julho. Um enorme dispositivo envolvendo 20 mil agentes, entre os quais de 8,5 mil a 12 mil militares, foi mobilizado para o esquema montado pelo Ministério da Defesa e a Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos (Sesge) do Ministério da Justiça. O contingente terá à disposição recursos como helicópteros armados, ao menos dois caças supersônicos F-5M, aviões de ataque leve A-29 Super Tucano, um avião de inteligência R-99 e um Vant, a aeronave não tripulada, que fará reconhecimento de áreas como o gigantesco Campus Fidei, onde serão realizadas a Vigília da noite de sábado, dia 27, e a Missa do domingo, dia 28. Nas duas celebrações são esperados de 1,5 milhão a 2 milhões de jovens fiéis.

Em terra, haverá blindados armados e de transporte de tropa, distribuídos de maneira discreta e sem interferir na rotina prevista para o Rio durante a Jornada. No total, cerca de 300 veículos de diversos tipos estarão no Rio e em Aparecida, para onde Francisco irá no dia 24.

O Comando da Marinha participa fazendo o contrle da faixa marítima. O plano da Força ainda está sendo definido, mas deve ter um navio – provavelmente um dos três novos patrulheiros da classe Amazonas, ou uma fragata da série Niterói, armada com mísseis, canhões e torpedos – e lanchas rápidas. O tráfego de embarcações na Baía da Guanabara será monitorado, com previsão de abordagem para a inspeção. Os fuzileiros navais estão no programa. [...]

São estimados investimentos de R$ 710 milhões. Já foram liberados R$ 640 milhões para o custeio direto. A missão do Papa e JMJ começa no dia 15 e deve terminar em 5 de agosto.

Via : Criacionismo

Quase não pude acreditar no post de Pedro Serrano publicado no site da Carta Capital (aqui), a respeito da decisão do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O ministro teria retirado a campanha  " Dia Internacional das Prostitutas "devido à pressão dos evangélicos, segundo Serrano. E o articulista afirma que Padilha errou. Não foi Padilha quem errou, mas o articulista, de forma que minha defesa da decisão de Padilha é mais indireta, pela refutação dos absurdos publicados pela revista. Por que Padilha errou? Segundo Serrano, porque, em primeiro lugar, “não é preciso gastar muito esforço de argumento para afirmar que o Brasil é um país laico”, e ainda porque “questões de saúde pública devem ser tratadas por critérios exclusivamente técnico-científicos. Aspectos de moralidade religiosa não devem interferir em decisões administrativas neste tema”.

Eu diria que “não é preciso gastar muito esforço de argumento” para recusar essa afirmação. Serrano parece não distinguir entre “laicidade” e “laicismo” ou secularismo. Laicidade é o reconhecimento de que o Estado não é confessional, e por isso não pode promover uma religião. Podemos tratar a laicidade como uma categoria política, nesse sentido. Que o Estado se exima de promover qualquer projeto espiritual.

Mas o secularismo não é meramente um conceito político; é um projeto cultural muito mais amplo do que a política, e que entra em choque com as religiões tradicionais exatamente porque oferece uma alternativa espiritual (não é isso o que Alain Botton vem tentando dizer?). Se não fosse uma alternativa, não entraria em choque. Se entra em choque, é concorrência. É do mesmo tipo.

O Estado que promove ativamente a secularização não é laico; é secularista. O Estado Soviético não era laico; era secularista, e suprimia ativamente não apenas a religião, mas outras expressões morais na sociedade. Pelo bem comum é essencial que os religiosos o protejam de elementos radicais que desejam abusar da política para fazer engenharia social e reeducar a consciência moral da sociedade. Se os secularistas querem promover sua agenda, que construam suas próprias igrejas, como os positivistas franceses no século 19.

Serrano também quer nos fazer acreditar que decisões sobre saúde pública são decisões exclusivamente técnicas, sem fundo moral, o que é um absurdo sob qualquer ângulo; tudo o que concerne ao ser humano tem uma dimensão moral. Se isso vale para tudo em tecnologia, vale ainda mais para o campo da saúde.

A ciência e a técnica não são intrinsecamente más; tornam-se instrumentos perversos em mãos perversas, quando são autonomizadas e em seguida se tornam veículos de uma ideologia desumanizadora e objetificante. Foi uma ideologia desse tipo que articulou os melhores avanços científicos e técnicos da época com a única finalidade de matar gente, na Alemanha Nazista. O fedor dessa compreensão da técnica é sempre o mesmo: a “saúde pública” amoral. Mas não se engane: por trás da desculpa tecnicista sempre há outra coisa. Será que o articulista sabe que outra coisa é essa?

O mais triste é ver essas pobres mulheres usadas uma segunda vez: primeiro, sexualmente, e agora ideologicamente, em uma das mais torpes expressões do secularismo de esquerda.

Nossos padrões morais deverão ser reformados e nossa consciência moral deve ser reeducada por campanhas estatais “laicas”, com base em orientações científicas positivistas e pragmáticas, para garantir que as pessoas se sintam bem, não importa o que fizerem. Uma perfeita distopia Orwelliana – agora na versão hipermoderna.

Com alguma boa vontade, poderíamos supor que ele não é contra a necessidade de considerar a dimensão moral do humano na construção de políticas públicas; ele apenas recusa a moralidade religiosa. Mas nem isso o salvaria. Pois ele é cuidadoso o suficiente para afirmar que “os especialistas” “[...] apontam diversas pesquisas científicas que demonstram que não é possível combater de forma plenamente eficaz o contágio da aids sem a valorização da autoestima das parcelas mais vulneráveis da população”.

Ou seja, a razão por que devemos dizer que as prostitutas são “felizes” é que precisamos aumentar sua autoestima. E precisamos aumentá-la a qualquer custo por razões “científicas”. Mas dizer que alguém pode ser feliz, normal e bem ajustado praticando a prostituição, e equiparando a prática com outras formas de trabalho sadio e honesto é fazer um julgamento moral; é afirmar a neutralidade moral desse comportamento (já que ele em nada corrompe a vontade e a consciência de si no indivíduo), com o único propósito de torná-lo coerente com o interesse “científico”. Ou melhor: é submeter a moralidade à religião do bem-estar sensorial e da afetividade amoral, sob as bênçãos sacerdotais da ciência. É claro que nesse momento o Estado já não é mais meramente “laico”. Nem a ciência, que virou serva da nova religião civil brasileira.

Portanto, segundo o senhor Serrano, nossos padrões morais deverão ser reformados e nossa consciência moral deve ser reeducada por campanhas estatais “laicas”, com base em orientações científicas positivistas e pragmáticas, para garantir que as pessoas se sintam bem, não importa o que fizerem. Uma perfeita distopia Orweliana – agora na versão hipermoderna.

Para Serrano “é um direito das prostitutas contarem com campanhas de prevenção da aids dirigidas especialmente a elas, pois em razão do exercício de suas atividades lícitas estão mais sujeitas que a média da população à exposição ao vírus”. Mas aqui o articulista infelizmente obscureceu o assunto. Pois ninguém negou a essas prostitutas o direito de exercer suas atividades legalmente lícitas, nem de contarem com campanhas de prevenção. O problema não está em termos uma campanha, mas na forma dessa campanha em particular.

O que se nega é que além de terem o direito à “esfera pessoal de liberdade”, os trabalhadores do sexo tenham o direito de receber aprovação moral pelo que fazem. A campanha comunica, implicitamente, que a prática da prostituição é moralmente aceitável. Mas do fato de uma atividade ser legalmente lícita não se infere jamais que essa atividade seja moralmente lícita.

Além disso, o comportamento de risco baseado em uma permissão legal não pode gerar um direito especial. Expressões de liberdade individual que sejam perigosas e ainda moralmente duvidosas não podem ser recompensadas transferindo-se seu ônus para toda a sociedade (já que temos que aceitar o fato e pagar impostos para as campanhas e os tratamentos de saúde). Na mente de Serrano, parece ser correto tratar toda a sociedade como corresponsável por um comportamento que é justificado sobre a base da autonomia individual. Isso só não seria absurdo se toda a sociedade fosse a favor; acontece que ela não é.

Aqui vale o insight de Charles Taylor sobre a atomização da sociedade: precisamos de certo tipo de civilização para produzir o indivíduo autônomo, e toda extensão das liberdades individuais que produza uma contradição com a sociedade e as instituições que tornaram possível a formação desse indivíduo é irracional (veja mais AQUI).

Serrano não poderia perder a oportunidade de alfinetar os fariseus, hipócritas: “A realidade é que muitos homens, inclusive pais de família e até evangélicos, usam dos serviços de prostitutas e como tal funcionam como vetores de transmissão do vírus.”

Isso é verdade, sem dúvida nenhuma. Mas o que se segue logicamente, daqui? Ora, vamos ver: “Pobres batedores de carteira. São presos e tornam-se, na cadeia, criminosos ainda piores, enquanto os grandes ladrões, e especialmente os mensaleiros do PT, estão soltos. Somos todos hipócritas, já que até a polícia se utiliza os seus serviços. Então... soltemos os infratores!” O argumento de Serrano, além de irracional, é um golpe baixo; alegar que estamos todos na lama, e que por isso deveríamos amá-la. Mas do fato de que muitos evangélicos traem seu discurso público utilizando os serviços de trabalhadores do sexo e que sejam vetores de doenças não se infere que a prostituição deva ser considerada aceitável e protegida pelo Estado como uma forma legítima de alcançar a felicidade (é o que a campanha diz, nas entrelinhas).

Seguem-se as invectivas moralistas-seculares de Serrano: defendendo “direitos fundamentais e humanos” depois de demonstrar clara incompreensão sobre a relação entre ciência e moralidade, o jornalista tenta passar de forma sub-reptícia certa paixão moral pela justiça e pelo bem do homem. Não nego que esses sentimentos sejam reais no autor; é que duvido que ele tenha uma base racional para afirmar tais direitos, depois de cuspir toda a sua desinformação atacando o “moralismo religioso” que foi, historicamente, a própria base para a ideia de direitos humanos.

Isto é moralismo: paixão moral sem fundamento racional. Isso é extremamente perigoso, mesmo que venha travestido de um discurso sobre direitos humanos. Trata-se de um arrazoado legalista, que usa uma norma socialmente aceita e inquestionável como trampolim para justificar o vício moral, e apela à letra da lei para produzir uma impressão de valores elevados, mas com intenções absolutamente inferiores. Exatamente o que Jesus atacava nos Fariseus. E assim configura-se essa situação ridícula, de secularistas atacando os manipuladores da religião sem perceber que estão fundando um novo farisaísmo. O farisaísmo do politicamente correto.

No final do texto o articulista afirma que, graças ao STF nossos direitos fundamentais não são “letra morta”; do contrário, “em temas importantes da vida cotidiana estaríamos sujeitos a interpretações medievais da Bíblia e não a valores humanos universais e laicos, traduzidos em direitos, como posto em nossa Constituição”.

Isso é o que C. S. Lewis descreveu como “chauvinismo cronológico”: desprezar ideias só porque são... antigas ou “medievais”! Essa é uma das formas mais comuns de preconceito moderno, e uma das marcas infalíveis de incultura histórica. O que faz o articulista se parecer com o tipo que não conhece nem as interpretações medievais da Bíblia, nem as modernas, e provavelmente confunde as modernas com as pós-modernas.

O fato, no entanto, é que a crítica moral não apenas da prostituição, mas da cultura Queer e de toda a constituição do eros hipermoderno não é meramente resultado de uma leitura medieval da Bíblia; é fruto de uma leitura crítica do presente. Mas eu perguntaria ao articulista: Qual é a sua base racional para acreditar que do mero fato de uma transformação progressiva da sexualidade se depreende um “melhoramento” ou uma “evolução positiva” ou um “progresso”? Por favor, conte-nos de onde saiu esse mito.

Tudo o que se pode dizer, aqui, é que articulistas e jornalistas que desejem interpretar o cristianismo deveriam ler mais a Bíblia e quem sabe comprar uns livros de história e teologia. Na forma em que está, esse discurso pode arrancar vivas entre pares secularistas, mas entre cristãos informados não passa de um círculo minúsculo de argumentos sem sentido.

(Guilherme de Carvalho, Ultimato)